Ainda sinto minha boca dormente, quente sem saber da força do
que me atingiu e o calor que propagara.
Pensei em
desistir nos primeiros minutos mas caminhei vagarosamente até a água mais
quente que pude encontrar: na fonte imersa no gelo.
Pedaços de
vitórias e restos de pedras deixaram uma marca no meu casaco, gotas de chuva e
de lua.
Cedo demais para
dormir e tarde demais para continuar.
Memórias apagadas e vida em meios as luzes. Aurora boreal e pegadas no chão. Quase ouvi um ruido, um zumbido um quase grito de silêncio além da cor branca.
Senti os papéis congelados e as letras queimadas com o fogo, as caixas de madeiras exalando fumaça de chá e os restos dos restos em forma de cinza, um musgo áspero e cru me envolvendo em forma de envelope.
Cinco letras e duas quedas d´aguas me separavam do ponto da ponte.
- Corra, eu sou sua força e descobrir onde posso estar é teu maior segredo.
Sombra de sol, sol e sol nada vivo nem morto. Somente minha alma indo embora depois de ser sugada por um beijo.